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A Arte do Ser | Quanto vale o ser?

Por: Xenna Gheno
24/10/2018 11:06

Venho reparado nas minhas atitudes em meio à sociedade que o que realmente sou não tem valor. Valor no sentindo econômico. Já o personagem que a sociedade quer que interprete, esse sim tem valor econômico, mesmo que este destrua meu ser. E quantas pessoas vivem sem viver interpretando um papel em uma manada que corre em direção ao abismo? Sou eu também um personagem que não questiona sobre por que o fluxo econômico vai nessa direção?

Esse que não mede quanta comida se joga fora (41 mil toneladas ao ano só no Brasil) e apenas quanto se produz e vende. E assim somos personagens trabalhando sem produzir algo lógico ou útil destruindo o que somos em busca de futilidade e aparência para este personagem, porque o que realmente somos muitas vezes não vale dinheiro. São tão raras pessoas realizadas que chegam faltar exemplos de quem concilia a paz ao trabalho diário, a produtividade útil à profissão.

Em geral, produzimos papeladas desnecessárias, alimentos tóxicos, lazer alienante com a justificativa de que isso se traz desenvolvimento econômico, mesmo que isso destrua o planeta e traga seríssimos problemas sociais e de saúde. Não sou contra a economia ou progresso, mas devemos, como seres racionais, buscar uma evolução que não destrua o ser, que não crie margens em torno da falsa propaganda de felicidade e perfeição.

Devemos aliar a evolução tecnológica e econômica a uma evolução social e cultural e, principalmente, em harmonia com a natureza que nos entrega materiais essenciais para nossa existência. Mas já estamos em uma zona de conforto perigosa há muito tempo, que formam inimigos em uma dualidade extrema de ódio. Estamos acostumados a se distanciar do nosso ser para afagar um personagem, então surge essa manada correndo para o abismo com medo de parar ou questionar, correndo como tolos desesperados, dia após dia destruindo seu ser e compondo uma manada de pessoas não realizadas e mascaradas com a justificativa de que é assim que a economia corre.

Então olhe para seu lado, agora de manhã no seu trabalho, e vamos fingir que ninguém mais ganhasse dinheiro pelo que representa e sim pelo que é. O que elas fariam se realmente pudessem escolher um caminho que as realizasse, um caminho que seu talento fosse aproveitado em prol a um bem maior, que esse talento fosse aprimorado. Agora perceba a ausência de realização que elas e você carregam, e se questione se justifica estar fazendo dia pós dia algo irracional para alimentar uma economia destrutiva que te afasta do seu ser e cria inúmeros problemas sociais e ambientais.

Agora pense no caminho para que você encontre uma forma de que em seu trabalho você consiga virar este jogo. Consiga dinheiro, realização, bem maior sem se afastar do ser e alimentando uma economia de transformação positiva para todos! Difícil né, por isso poucos não são medíocres, por isso poucos não ficam dando culpa ao outros, por isso poucos tem coragem de dizer “eu tenho valor, eu sou mais do que vocês pensam que eu sou”. E mesmo que estes falhem, só o fato de se levantaram contra a manada e defenderem o direito de ser, defender o nosso planeta, defender a justiça, já são mais realizados que os ditos bem sucedidos que movem a sociedade para o abismo.

E você, vale quanto? Ou melhor, quanto vale interpretar um personagem e destruir o ser maravilhoso que você é realmente é? Quanto vale? Entenda que esse valor é uma referência dentro da limitação humana, e dentro da sociedade também limitada e ignorante que nós criamos. Então o que você é, é muito mais importante de o quanto você vai ganhar. O bem maior que você pode produzir no seu trabalho vale muito mais que ganhar financeiramente bem, mas compondo essa engrenagem destrutiva para os outros e para si. Sente seu corpo, o que ele diz? Sente seu sono? Sente sua alma? Sente sua paz? Volta a sentir a vida. Quanto ela vale?

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